Eram quase 17 horas da última terça-feira, dia 22, quando Paula Fernandes atravessou uma das salas de convenções do hotel Pullman, na zona sul de São Paulo, com seu vestido azul royal longo assinado por Patrícia Nascimento e um sorriso largo dando “oi” aos jornalistas que aguardavam para a coletiva de imprensa de lançamento do seu novo trabalho: o CD e DVD “Um Ser Amor”, gravado no dia 8 de junho no HSBC Arena, no Rio de Janeiro.

Era uma Paula Fernandes diferente daquela cantora arredia que atendia a imprensa com um quê de formalidade que parecia até descaso. “Mas o que mudou de um ano para cá?”, foi uma das perguntas feitas. “O meu sorriso”, respondeu. Desde que saiu da Talismã Produções em 30 de outubro de 2012 para poder cuidar sozinha de sua carreira através da empresa Jeito de Mato, criada por ela, a cantora assumiu: “Posso ter a minha cara a cada momento”. “A diferença está ao meu redor e em como as notícias chegam nas pessoas… Posso cuidar melhor dos fãs, posso estar mais próxima deles, posso ter a minha cara a cada momento”, disse. “Eu gosto de estar a frente de tudo, gosto de saber de tudo”, continuou.

E a cantora que já vendeu mais de 3 milhões de álbuns garante que acompanhou todas as fases de produção do DVD. A começar pelos arranjos musicais e repertório. Das 29 músicas escolhidas para o álbum, 12 foram escritas por ela. Outras oito, Paula assina em parceria com outros compositores. O cenário, que dispensou as enormes placas de LED adoradas pelos sertanejos e remete ao campo (com direito a grama no piso do palco, uma casinha de madeira, um balanço e a entrada triunfante em um cavalo branco) também foram escolhidos por Paula. “O cavalo era um sonho antigo. É o bicho que eu mais amo na natureza. Eu queria muito registrar isso na carreira e dividir com as pessoas”, contou.

Também, convidou pessoalmente Roberta Miranda e Zezé Di Camargo & Luciano para subirem no palco. A dupla foi coadjuvante de um dos momentos mais emocionantes da apresentação. Antes de subirem no palco, é exibido um vídeo em que Paula tem dez anos e quase suplica para que sua mãe a ouça cantando “Coração na Contramão”, sucesso de Zezé e seu irmão na década de 1990. “Sempre acompanhei demais a carreira deles, me espelhei bastante também”, afirmou antes de confessar que foi “Desculpe Mas Eu Vou Chorar”, a primeira música que ela se lembra de ter cantado. Já Roberta Miranda, que virou sua amiga pessoal, participa em “A Majestade, o Sabiá”.

No show, a cantora usa a troca de figurino como artifício para mostrar suas várias caras: a Paula que ama, sonha, sofre, se desilude, como é o caso de “Um Ser Amor”. “Fiz a canção inspirada naquilo que eu sentia e na forma em que eu encarava a pessoa, mas nada existia, não me relacionei com ela e me decepcionei após ter feito a canção porque descobri que não tinha nada a ver, aquele ser amor só existia dentro de mim, não existia para ele”, disse.

O espetáculo dirigido por Maurício Monteiro (áudio) e Eduardo Levy (vídeo) foi assistido ao vivo por 8 mil pessoas. Público vinte vezes maior que o de seu primeiro DVD “Paula Fernandes Ao Vivo” que vendeu mais de duas milhões de cópias e a transformou num fenômeno da música nacional. Mas Paula quer mais: ganhar pela terceira vez consecutiva o o prêmio de melhor show nacional e, quem sabe, bater seu próprio recorde de vendas. Aliás, mesmo antes de chegar às lojas, no início desta semana, 300 mil unidades do novo trabalho já tinham sido vendidas. Também quer chegar aos 10 milhões de seguidores no Facebook até o fim do ano. Ponto para a maneirinha de Sete Lagoas.

fonte:musicapopularsertaneja